Isolamento em casa (voluntário para alguns) deve ser interpretado como uma pausa na loucura. Mudança da rotina que nos faz mal. O momento para avaliarmos nossas vidas, e impor novos limites. Principalmente limites saudáveis. Trabalhar em casa é uma realidade, transmissões ao vivo também, e reuniões com várias pessoas, idem. Mas esse tempo sem fazer nada (porque não sou obrigado a participar de todas essas atividades) serve para filtrar a vida e deixar só aquilo que faz bem. Quem precisa trabalhar (aqui leia-se sair de casa), que também faça uma reflexão de como viver melhor em um mundo pós-corona.
O surto do vírus não nos pegou de surpresa aqui no Brasil, já que acompanhamos tudo que aconteceu mundo afora. E, mesmo assim, não houve tempo de preparação completa (sem saber tratamento certo). Não havia muito o que fazer, e “apenas” esperamos o vírus chegar por aqui. Por outro lado, um isolamento por tanto tempo, com alguns serviços parados e pessoas sem trabalhar, foi surpreendente. O vírus chegou, apavorou, e a nossa vida mudou. Se mudou para melhor, não sei. Nem se foi para pior. Mas é um chamado para uma reavaliação da vida. E também para tirarmos o melhor desse momento.
O que é certo, pelo menos para mim, é que não podemos viver da mesma maneira. Nem quando tudo “voltar ao normal” sabe-se lá quando. Mas o que os workaholics loucos por rotina querem passar para nós é que tudo pode continuar igual, mesmo em tempos de isolamento. Trabalhar em casa, ter reuniões com 30 pessoas em diferentes partes do estado, aula todo santo dia… A loucura dos horários marcados e da falta de cuidado com a própria saúde levadas até para dentro de casa? Não sou obrigado! Aliás, ando evitando tudo que posso. Inclusive, com a desculpa da pandemia, tenho evitado muita gente chata.
Aproveita! Depois que tudo voltar ao normal (o novo normal é de máscara, diga-se de passagem) a gente volta para a loucura (quem não aprendeu nada com isso) e à uma nova vida mais saudável.
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